Diário de bordo em Technicolor duma ida a Goodwood "camuflados" à Berlim Oriental/anos 60
Little old me |
Ir ao Goodwood Revival é literalmente viajar numa cápsula do tempo, enquanto nos sentimos figurantes dum gigantesco filme de Steven Spielberg…
Um autêntico Carnaval, ou Baile de Máscaras evocativo da estética dum certo "Wartime and Post-War Nostalgia"...
Wartime nostalgia at the Goodwood Airfield |
no Goodwood Revival...
O meu Bristol 403 |
A minha primeira presença no
Goodwood Revival foi em 2010, ao regressar do Bristols to Bristol Run, ao volante do meu Bristol 403.
O Bristol Owners Club, na comemoração do centenário da marca em Bristol, ofereceu aos sócios participantes no Bristols to Bristol Run um bilhete para Goodwood Revival no domingo. Por analogia com a mais antiga corrida do Mundo, o London to Brighton Run , eu entendi "glosar" um nome tão sugestivo, e rabaptizei a minha ida de "Lisbon to Bristol Run"...
Eu já tinha tido o privilégio de ir presenciar a London to Brighton Run em 2007.
O Bristol Owners Club, na comemoração do centenário da marca em Bristol, ofereceu aos sócios participantes no Bristols to Bristol Run um bilhete para Goodwood Revival no domingo. Por analogia com a mais antiga corrida do Mundo, o London to Brighton Run , eu entendi "glosar" um nome tão sugestivo, e rabaptizei a minha ida de "Lisbon to Bristol Run"...
Eu já tinha tido o privilégio de ir presenciar a London to Brighton Run em 2007.
Em 2010 meu Bristol 403 ainda com matricula inglesa, no parque privativo do Bristol Owners Club em Goodwood., por detrás duns stands de roupas antigas, telescópios e velharias de vária espécie |
O meu
amigo Mário em 2010 comigo em Bristol nas comemorações do centenário da marca, durante o concurso de elegância e restauro do Bristol Owners Club na Filton Airbase aonde a Bristol construíu e testou aviões desde 1910 , incluíndo mais recentemente o Airbus e o Concorde. http://www.youtube.com/watch?v=-S6ysIvgbXM |
Em Goodwood 2010: no parque do Bristol Owners Club, por detrás de barracas de expositores. Ao fundo algumas diversões antigas, e em primeiro plano, as típicas mesas e cadeiras de pic-nic. |
Há muitos anos que eu lia artigos
e anúncios nas revistas inglesas de clássicos com inúmeras referências
elogiosas ao Goodwood Revival. Mas ao ir lá pela primeira vez, fui acometido subitamente
por um surto do “Síndrome de Voltar a Goodwood P’ró Ano”…
Este "cheirinho" de Goodwood aguçou-me o apetite.
Este "cheirinho" de Goodwood aguçou-me o apetite.
Vamos então agora para 2011,
e à Lisbon to Goodwood "Cavalcade".
Goodwood Revival é um festival que decorre durante três dias: sexta, sábado e domingo.
Realizado anualmente em Setembro, celebra e recria as corridas de carros e motos que se realizaram entre 1948 e 1966 no Goodwood Motor Racing Circuit, antiga base aérea durante a 2ª Guerra Mundial,um pouco como na Granja do Marquês em Sintra, que é uma base aérea onde se praticaram corridas de automóveis nos anos 60. Com todo o tipo de clássicos desportivos, desde Fórmula Um, passando pelos Protótipos, Grande Turismo, Motos, etc., etc., durante todos os três dias no Circuito de Goodwood decorrem provas de velocidade em pista, organizadas para vários tipos de veículos clássicos desportivos, em competição a sério, a doer, com aparatosos despistes,desastres e tudo … Pode acontecer a aparatosa colisão dum glorioso AC Cobra contra uma barreira lateral...
Participam, entre outros, no Goodwood Revival antigos pilotos consagrados como Sir Stirling Moss, John Surtees, Sir Jack Brabham, Phil Hill, Derek Bell, David Coulthard, Damon Hill, Gerhard Berger, Bobby Rahal, Johnny Herbert, Wayne Gardner, Giacomo Agostini, Rowan Atkinson (mais conhecido como Mr. Bean). Mr. Bean deu um espectáculo!...
Em Goodwood é mesmo "a doer". Aqui, um piloto de Fórmula 1 "learning how to fly"... |
Rowan Atkinson (Mr. Bean) a "esfarrapar" no seu Jaguar MK VII |
Rowan Atkinson (Mr. Bean) a posar.. Ou será Johny English? |
Mr. Bean (in person) em plena competição conduzindo por meio de "controles remotos", numa corrida de "Mines"... , |
Aqui, mais "aviões" de Goodwood |
Aqui um piloto de "aviões".. |
Bombardeiro Lancaster, escoltado por 2 caças Spitfire. |
O tema "AVIÕES" é muito apreciado em Goodwood
Spitfire a desfilar antes da descolagem |
Eis mais um feliz pilôto de "aviões" |
Spitfires após a descolagem. |
Spitfires em formação, mas sem o "Major Alvega" |
Tropa "fandanga" |
Marilyn Monroe animando as tropas |
GI in action... |
...a voar baixinho... |
Centro de transmissões da 2ª Guerra em actividade. |
Soldadinhas bem simpáticas |
"Mine"-saias... |
Alguns trajes típicos em Goodwood, no Classic Carpark |
Assim, combinei com a minha filha e o meu genro para virem com o meu neto de 8 anos participar nesta odisseia. Para o efeito, o meu neto Guilherme perdeu os seus primeiros dias de aulas.
A minha filha Teresa e o meu genro João |
O meu neto Guilherme agarrado ao meu Alvis Speed Twenty de 1934. Felizmente gosta quase tanto de clássicos como eu |
Dentre os meus clássicos, o mais
apropriado para uma viagem desta natureza seria o Mercedes 220S (rabo de peixe)
de 1960. Conforto, muito espaço e fiabilidade tornaram óbvia a escolha. Para
tal, o carro começou a ser preparado com mais de seis meses de antecedência.
Era necessário reparar os carburadores que tinham folga, substituir todos os
tubos de borracha, reparar travões, condutas de todo o tipo, calafetar devidamente
entradas de calor por baixo do tablier, afinar bem todo o circuito da chauffage
e suas torneiras e condutas de ar frio, verificar motor, compressão, desgastes,
rolamentos, casquilhos, enchimento dos estofo, recarregar extintores, montar
fichas triplas de isqueiro por debaixo do tablier, etc. enfim: sem preocupações
de por o carro em estado de concurso, pô-lo em condições de fazer a viagem sem
medo de alguma peça fulcral poder atingir o limite do prazo de validade durante
a viagem.
O meu "Grosser Mercedes" em todo o seu esplendor e glória, aqui sem qualquer tipo de "maquillage"... |
Eu na Coupe des Alpes em 2002 |
Este carrinho e eu já fomos muito felizes os dois.
Em 2002 participámos na Coupe des Alpes.
Nas 500 Milhas ACP, "pressing hard" |
Mais recentemente, participámos nas 500 Milhas ACP, mas antes de eu ter adquirido o carro, já o anterior dono (João Carlos Torres) tinha levado o carro a participar no Rally de Monte Carlo.
Entreguei toda a reserva de hotéis, obtenção de bilhetes e passagens no ferry Santander-Portsmouth da Britanny Ferries a uma agência de viagens, a PTeam através da Dulce Justo, que me tratou de tudo de acordo com as minhas instruções.
O meu amigo Mário Bandeira da
Palma, que me acompanhara em Setembro de 2010 ao Lisbon to Bristol Run,
ajudou-me a preparar toda a tralha relativa a toda uma panóplia de ferramentas
e peças sobressalentes, que foi toda acondicionada numa grande caixa de
plástico no porta bagagens, por debaixo das bagagens..
Filme a NÃO PERDER!!! |
A "9IMAGEM" ,uma empresa de “lettering” (tlm.936883785) fez todos os dizeres, desenhos e decalcomanias que eu mandei fazer, prontamente e a muito bom preço. Não só o fizeram, como se prontificaram a aplicá-los no carro, muito bem alinhados e centrados, pois eles fazem a aplicação duma forma profissional, evitando que as colagens possam ficar tortas. Os meus agradecimentos ao dono, Pedro Rolão, bem como aos simpáticos funcionários.
Finalmente na quarta-feira, dia 8
de Setembro tinha o carro pronto para a grande viagem.
Sábado, 10 de Setembro de 2011
Parti sozinho de Lisboa
calmamente antes de almoço, direito ao Porto onde fui ficar a casa de uma das
minhas irmãs, que vive na Foz. Combinei apanhar a minha filha, genro e neto no
dia seguinte, perto de Braga onde vivem.
Fui pela A8, um pouco mais longe
do que pela A1, mas uma viagem mais agradável, e fui almoçar calmamente a S.
Martinho do Porto, um dos meus locais preferidos.
Desta vez não almocei no restaurante A Casa, mas sim no Royal Marina.
Ao arrancar depois de almoço, o carro começou-me a falhar. Não tinha a certeza se era carburador ou parte eléctrica. Eu tinha pedido ao mecânico que me preparara o carro para me substituir platinado e condensador, bem como levar um jogo de reserva. Ora nem uma coisa nem outra, pois segundo ele “os platinados estavam bons”…
O "Morcêgo" com a "pintura de guerra", numa área de serviço da A-8. |
Desta vez não almocei no restaurante A Casa, mas sim no Royal Marina.
Ao arrancar depois de almoço, o carro começou-me a falhar. Não tinha a certeza se era carburador ou parte eléctrica. Eu tinha pedido ao mecânico que me preparara o carro para me substituir platinado e condensador, bem como levar um jogo de reserva. Ora nem uma coisa nem outra, pois segundo ele “os platinados estavam bons”…
Telefonei-lhe, e voltei para
trás. Estivemos toda a tarde a tentar resolver o problema.
Era sábado à tarde,
tudo fechado, e foi impossível obter platinados e condensador para o carro.
A solução foi substituir o distribuidor por um outro electrónico que ele por acaso tinha para um Mercedes igual.
Só que não havia bobine apropriada, e a existente corria o risco de vir a queimar.
Levei 2 bobines normais de reserva. Felizmente, nenhuma se revelou necessária: a bobine inicial aguentou a viagem toda.
O mecânico Paulinho, de volta do distribuidor |
A solução foi substituir o distribuidor por um outro electrónico que ele por acaso tinha para um Mercedes igual.
Paulinho colocando o novo distribuidor |
Só que não havia bobine apropriada, e a existente corria o risco de vir a queimar.
A excisão provisória de alguns órgãos intestinos e do sistema nervoso central do "Morcêgo" |
Aqui o novo distruibuidor electrónico, que veio substituir o antigo. |
Levei 2 bobines normais de reserva. Felizmente, nenhuma se revelou necessária: a bobine inicial aguentou a viagem toda.
Os meus sobrinhos Pedro e Inêz à chegada ao Porto |
Domingo, 11 de Setembro de 2011
Logo de manhã pelas 08:30 fui ver
o óleo, e o nível estava abaixo de meio… E eu só levara uma lata de galão de
óleo Castrol Classic.
Um amigo convencera-me a deixar a segunda lata em casa, para não sobrecarregar o carro… Comecei a tentar saber onde conseguiria arranjar óleo igual em Inglaterra durante o trajecto.
Na garagem da minha irmã na Foz, com o "precioso fluido" numa primeira manifestação de "carência efectiva". |
Um amigo convencera-me a deixar a segunda lata em casa, para não sobrecarregar o carro… Comecei a tentar saber onde conseguiria arranjar óleo igual em Inglaterra durante o trajecto.
Preocupado não fosse a bobine
queimar, pedi uma bobine apropriada ao Sr. António Sousa de Vila Nova de
Famalicão, mecânico do Engº José Artur Campos Costa (detentor duma FABULOSA colecção de clássicos), e que eu conhecia de
outras lides com outros clássicos. Ele prontamente se disponibilizou para me
emprestar duas bobines, que eu levei de reserva. Só tive de me encontrar com
ele no caminho entre Porto e Braga, para ele mas entregar em mão.
Apanhei a minha filha, genro e
neto depois de almoço.
Carregámos o carro, o porta-bagagens repleto, e lá seguimos viagem com o carro a abarrotar, ajoujado, para além das malas com as roupas, computador portátil, máquina fotográfica e câmara de vídeo, GPS, extintores, uma bengala/banco (que se veio a revelar imprescindível em Goodwood), até levei uma mesa de pic-nic desmontável com bancos acoplados, cesto com loiças copos e talheres e todos os apetrechos, chapéu de sol, imensos enlatados variados, garrafas de águas minerais de Penacova (Pé na Cova) e Água das Pedras e tudo. As águas no estrangeiro são caras e de má qualidade, pelo que recomendo sempre carregar uma quantidade generosa de garrafas pequenas de água, pois são mais práticas de utilizar no carro do que as de litro e meio. Uma profusão de bolachas cream cracker e Tuc, frascos de mayonaise com atum para fazer sandwiches, muitos enlatados, corned beef, sardinhas, atum, enfim, mais parecia uma nau de partida para a descoberta do caminho marítimo para a Índia…
À porta da Quinta do Carvalhinho, em Encourados (entra Braga e Barcelos). Aqui com a outra Teresa, mãe do João. |
O Guilherme "barricado" por detrás duma parafernália de adereços com que nos viemos a "camuflar" como"Osties" =(berlinenses de Leste) |
Carregámos o carro, o porta-bagagens repleto, e lá seguimos viagem com o carro a abarrotar, ajoujado, para além das malas com as roupas, computador portátil, máquina fotográfica e câmara de vídeo, GPS, extintores, uma bengala/banco (que se veio a revelar imprescindível em Goodwood), até levei uma mesa de pic-nic desmontável com bancos acoplados, cesto com loiças copos e talheres e todos os apetrechos, chapéu de sol, imensos enlatados variados, garrafas de águas minerais de Penacova (Pé na Cova) e Água das Pedras e tudo. As águas no estrangeiro são caras e de má qualidade, pelo que recomendo sempre carregar uma quantidade generosa de garrafas pequenas de água, pois são mais práticas de utilizar no carro do que as de litro e meio. Uma profusão de bolachas cream cracker e Tuc, frascos de mayonaise com atum para fazer sandwiches, muitos enlatados, corned beef, sardinhas, atum, enfim, mais parecia uma nau de partida para a descoberta do caminho marítimo para a Índia…
Há que ser criativo, e para aquecer
as latas de jardineira, feijoada da Nobre, ou sopas Campbell de tomate e Baxter
de cebola, ou os frascos de salsichas Bockwurst, nada melhor do que um saco de
pano daqueles antigos para o pão, amarrado ao filtro de ar dentro do
compartimento do motor, junto aos colectores de escape, para ao fim de alguns
kms de viagem, a refeição está quentinha, dispensando o Camping Gaz ou o
micro-ondas, e pronta a ser servida… Assim, jantamos a meio de Espanha, numa
área de serviço na região de Leon.
Aqui estamos "repastelados" depois de um "ovíparo" repasto. |
Depois de jantar, ao fim de
alguns kms, noite cerrada, estávamos já na região de Burgos, e subitamente o
meu neto começa a queixar-se de dores de barriga e cólicas, que se estavam a
tornar em diarreia.
Por esta altura, o fantasma de
termos a viagem terminada, e um regresso de urgência pairava nas nossas mentes.
Eu tinha levado pelo seguro uma
parafernália de remédios. Ultra Levure e Imodium foram providenciais,
acrescidos dum telefonema para um cunhado meu médico: Dr. João Leal de Faria,
que prontamente nos deu todas as indicações do mais correcto procedimento.
Deste modo o fantasma da viagem
abortada foi exorcizado, e já de noite chegámos ao Hotel Abba em Santander
junto ao porto, antecipadamente reservado e pago.
Segunda-feira, 12 de Setembro de 2011
Aproveitámos a manhã para
deambular pela baixa de Santander, fazer algumas compras: botas para a minha
filha, bisnagas de leite condensado que não há cá para o miúdo, e outras
inutilidades…
Após acrescentar mais óleo no cárter, já só sobrava ¼ da lata, e a vareta indicava o nível a ¾ , o que era pouco tranquilizador.
Na baixa de Santander. Aqui o Guilherme com um ataque de vergonha de ser fotografado. |
Após acrescentar mais óleo no cárter, já só sobrava ¼ da lata, e a vareta indicava o nível a ¾ , o que era pouco tranquilizador.
Já na fila de embarque, ajoujado com o peso da bagagem. A paisagem aqui lembra a outra banda vista do lado de Belém. |
O ferry partia às 3 horas locais,
1 hora mais tarde que Portugal e Inglaterra, o que pode gerar alguma confusão.
As horas a bordo são as de Inglaterra. As instruções para o embarque mandam-nos
estar com 45 minutos de antecedência, e nós assim o fizemos, após uma ligeira
refeição numa esplanada perto do cais, e de atestar devidamente o depósito,
pois a gasolina é substancialmente mais barata em Espanha do que em Inglaterra.
Ei-lo todo pimpão, ombreando com os maiores. |
Uma vez o carro devidamente
arrumado no porão do ferry, havia que retirar as malas, bagagem, algumas águas
e enlatados rapidamente, e subir para a cabine. A travessia dura 24 horas.
Duas camas e dois beliches, um espaço exíguo, mas suficiente, uma casa de banho mínima, mas no fundo confortável, e com o essencial. O barco é enorme, tem 10 andares, várias lojas, restaurantes, auditório de espectáculos, etc.
Para entrar num camarote tão pequeno, era preciso cortar as unhas. |
Duas camas e dois beliches, um espaço exíguo, mas suficiente, uma casa de banho mínima, mas no fundo confortável, e com o essencial. O barco é enorme, tem 10 andares, várias lojas, restaurantes, auditório de espectáculos, etc.
Zarpando de Santander |
Lá zarpámos à hora, e pouco
depois da partida, começamos logo a apanhar mar alteroso. Enjoámos todos… Comprimidos
para o enjoo oferecidos pela tripulação, e permanecemos deitados a maior parte
do primeiro dia.
À noite havia um espectáculo musical dum trio feminino que imitavam as Andrews Sisters, mas o enjoo impediu-me de ir assistir.
A vigia do nosso camarote |
À noite havia um espectáculo musical dum trio feminino que imitavam as Andrews Sisters, mas o enjoo impediu-me de ir assistir.
Logo de manhã, já com o mar mais
calmo, fui tomar o pequeno-almoço. Encontrei a bordo um simpático casal
luso-inglês que eu conhecera na viagem de regresso com o Bristol no ano
anterior: Fernando e Jenniffer Nogueira, que vivem em Inglaterra, na zona de
Goodwood, e vêm Portugal muitas vezes ao volante do seu Jeep Discovery. Ele
fora colaborador de Américo Amorim, pelo que sendo eu produtor de cortiça,
tivemos muito assunto de conversa.
O nosso carrinho no porão do ferry |
Pelo meio-dia desembarcámos em
Portsmouth, e após uma série de buscas infrutíferas para encontrar óleo para o
carro, rumámos à zona de Beaulieu (os ingleses pronunciam “Bíu-lí”), onde no fim-de-semana anterior
acabara de decorrer o celebérrimo Beaulieu Autojumble.
Redundância: o Mercedes na Mercedes de Portsmouth |
Nas nossas procuras, foi-nos
indicada a Mercedes-Benz Portsmouth, pois eram eles os agentes da Castrol. Só
que Castrol Classic Oil é que não tinham. Este óleo não é compatível com os óleos
modernos, não se podendo misturar os dois tipos de óleo. Os óleos modernos têm
uma série de aditivos e detergentes passíveis de reagir com as peças antigas em
bronze, cujas ligas contêm fósforo, sendo corroídas pelos óleos modernos.
Comendo pizzas num banco de rua |
Acabei por desistir, e a caminho
de Beaulieu passámos por um pequena vila piscatória Heathe Marina Village,
perto de Totton, onde almoçámos tarde e más horas umas gurdurosas pizzas
compradas no único estabelecimento de comida aberto a meio da tarde, uma
pizzeria take away, tendo de comer sentados num banco da rua…
Leyland Countryhouse |
Esperámos cerca de uma hora entre
as 19:00 e as 20:00, aproveitando para focar os faróis com fita isoladora,
apontando-os contra uma parede, e cobrindo o foco dos médios assimétricos, de
modo a não encandearem o trânsito oposto britânico em sentido contrário pela
esquerda.
Lyndhurst Village |
A vista de Lyndhurst Farmhouse |
Lyndhurst Farmhouse |
Mas o caminho passava pela povoação de Beaulieu , mas antes de Beulieau existe um stand de clássicos, que mesmo fechado, não resistimos a espreitar.
Um voluptuoso Jaguar XK150 preto, igualzinho ao meu, mais uns brinquedos "very collectable". |
Mais um MGA 1600 Roadster "bermêilho", igualzinho ao meu, e um imponente MG WA Tourer de 1936, que quase(...) rivaliza com o meu Alvis. |
A povoação de Lyndhurst |
A simpática sala dos pequenos almoços |
Ela assistira aos meus
telefonemas para a Holden Classics, a quem eu encomendara duas latas de galão
do óleo que eu queria, mas que só seria levado para Goodwood na sexta-feira,
depois de previamente pago através do número do meu cartão de crédito, o que eu
fiz de imediato. Até lá, a Holden Classics estava atarefadíssima na preparação
do stand em Goodwood, e não tinha disponibilidade de me fazer chegar o óleo a
outro lado que eu indicasse.
Finalmente fomos para
Beaulieu, onde tivemos programa para o dia todo, (clicar aqui para ver o museu a abadia no Youtube)
Decidi ir com eles visitar primeiro o magnífico palácio de Lord Montagu, o dono e filho do fundador do museu, e das terras todas à volta. Isto significa todo o parque natural de New Forrest, incluindo as povoações como Beaulieu e outras...
Para além do palácio e do museu, existem também umas ruínas, que são o pouco que restou duma enorme abadia cisterciense que foi arrasada nas perseguições aos católicos feitas pelos protestantes.
Viaturas do Top Gear, do James Bond 007, simuladores de pilotagem de automóveis de todo o tipo, um comboio monorail que atravessa todos o jardins do museu e do palácio do Lord Montagu (o dono), por dentro e fora do museu, enfim, um deslumbramento.
Clique aqui, e veja a exposição "James Bond 007 in Motion" em Bealieu
Veja aqui Top Gear
A abadia cisterciense foi mandada destruir por Henrique VIII na perseguição sanguinária aos católicos pelos protestantes (eles só falam da Inquisição, mas esquecem as barbaridades que cometeram).
Pode visitar aqui a Abadia e o Palácio
A visita ao palácio, impressiona pela qualidade e estilo do mobiliário e da decoração.
A enorme profusão de automóveis expostos, vai desde os primórdios do automobilismo até aos anos da década de 1960. O Bluebird, o Golden Arrow, o Sunbeam, enfim, os carros que bateram recordes de velocidade terrestre ao longo das várias décadas do séc. XX, carros que só se vêem nos filmes ou em revistas.
Rolls-Royce, Bentley, Aston Martin, Lagonda, Bugatti, Délahayé, Délage, Hotchchkiss, Ítala, De Dion Bouton, Armstrong-Siddeley, Rover, Facel-Vega, Tatra, Trabant, motos antigas das mais variadas, com todo o tipo de side-car, enfim, uma loucura para quem como nós gosta e aprecia automóveis.
Livraria e loja de todo o tipo de material relacionado com o tema, com gravatas, livros, miniaturas, etc.
Decidi ir com eles visitar primeiro o magnífico palácio de Lord Montagu, o dono e filho do fundador do museu, e das terras todas à volta. Isto significa todo o parque natural de New Forrest, incluindo as povoações como Beaulieu e outras...
O Palácio de Lord Montagu |
A entrada para a parte do palácio acessível ao público. Lord Montagu vive com a família na parte maior do palácio. |
Aqui o Guilherme a "cumprimentar" um pequenino cãozinho... |
Apenas este pequeno edifício sobrou da imponente abadia. Tratava-se do refeitório dos monges. |
Viaturas do Top Gear, do James Bond 007, simuladores de pilotagem de automóveis de todo o tipo, um comboio monorail que atravessa todos o jardins do museu e do palácio do Lord Montagu (o dono), por dentro e fora do museu, enfim, um deslumbramento.
Clique aqui, e veja a exposição "James Bond 007 in Motion" em Bealieu
Veja aqui Top Gear
A abadia cisterciense foi mandada destruir por Henrique VIII na perseguição sanguinária aos católicos pelos protestantes (eles só falam da Inquisição, mas esquecem as barbaridades que cometeram).
Pode visitar aqui a Abadia e o Palácio
A visita ao palácio, impressiona pela qualidade e estilo do mobiliário e da decoração.
A escadaria impressiona logo à entrada. |
No patamar, um magnífico vitral dá logo um ambiente duma certa solenidade. |
Um clavicórdio |
Outra sala com piano. |
Sala de banquetes. |
Casa de jantar. |
E a cozinha, bem ao estilo "Downton Abbey"... |
A enorme profusão de automóveis expostos, vai desde os primórdios do automobilismo até aos anos da década de 1960. O Bluebird, o Golden Arrow, o Sunbeam, enfim, os carros que bateram recordes de velocidade terrestre ao longo das várias décadas do séc. XX, carros que só se vêem nos filmes ou em revistas.
O contraste entre este Raceabout Boat-Tail em madeira dos anos 10, com os clássicos desportivos dos anos 50 ao fundo |
Os dois Sunbeam que bateram o record mundial de velocidade terrestre em primeiro plano, atrás deste alegre grupo. |
O Golden Arrow e o Bluebird... Enfim, pequenos utilitários, do mais trivial que pode haver... |
Rolls-Royce, Bentley, Aston Martin, Lagonda, Bugatti, Délahayé, Délage, Hotchchkiss, Ítala, De Dion Bouton, Armstrong-Siddeley, Rover, Facel-Vega, Tatra, Trabant, motos antigas das mais variadas, com todo o tipo de side-car, enfim, uma loucura para quem como nós gosta e aprecia automóveis.
Itala foi o antecessor da Fiat. |
Palavras para quê? "Uma" Bugatti, pois era assim que se dizia na época. |
Livraria e loja de todo o tipo de material relacionado com o tema, com gravatas, livros, miniaturas, etc.
No self-service Brabazon, um curioso reclame dos sixties ou fifties. |
Como eu já visitara Beaulieu mais
de três vezes, deixei a minha família lá depois de almoçarmos no restaurante do
museu, o Brabazon (caro e mauzote), enquanto fui comprar o óleo Castrol Classic
a mais de 20 kms de distância, na zona de Milton Keynes.
No caminho fiquei retido por uma tranquila manada de vacas, que calmamente ia saboreando a verdura da berma da estrada...
Voltei já pela hora do museu fechar, pelas cinco horas.. Como já tinha duas latas de galão já pagas à minha espera em Goodwood no stand da Holden Classics, comprei aqui apenas um lata de galão (5 litros), acabando por decidir não fazer tiradas muito longas. Para uma criança de 8 anos tornava-se muito massacrante fazer grandes tiradas de carro. Tinha pensado ir a Gaydon, ao British Motor Heritage Centre, um museu perto de Birmingham, a cerca de 200 kms de distancia, onde estão expostos muitos dos MG’s que bateram o recorde de velocidade, o Rover a jacto, uma série de carros dos anos 40, 50 e 60 cortados ao meio, que foram modelos de exposição aquado do seu lançamento, o carro dos Flintstones, do Batman, da Barbie, do Chitty-Chitty-Bang-Bang, o Rolls-Royce Amarelo, uma série de protótipos da BMC e da British Leyland, Minis de linhas quadradas que nunca saíram, etc.. Trata-se de um museu muito interessante, e pouco cansativo de ver. Mas a distância a que ficava levou-me optar antes por irmos dormir a Brighton.
No caminho fiquei retido por uma tranquila manada de vacas, que calmamente ia saboreando a verdura da berma da estrada...
Até saí do carro para fotografar este "enxame" de animais "irrequietos"... Pelo menos, não vinham fora de mão. (Lembro que éstávamos em Inglaterra, e lá guia-se "fora de mão) |
Voltei já pela hora do museu fechar, pelas cinco horas.. Como já tinha duas latas de galão já pagas à minha espera em Goodwood no stand da Holden Classics, comprei aqui apenas um lata de galão (5 litros), acabando por decidir não fazer tiradas muito longas. Para uma criança de 8 anos tornava-se muito massacrante fazer grandes tiradas de carro. Tinha pensado ir a Gaydon, ao British Motor Heritage Centre, um museu perto de Birmingham, a cerca de 200 kms de distancia, onde estão expostos muitos dos MG’s que bateram o recorde de velocidade, o Rover a jacto, uma série de carros dos anos 40, 50 e 60 cortados ao meio, que foram modelos de exposição aquado do seu lançamento, o carro dos Flintstones, do Batman, da Barbie, do Chitty-Chitty-Bang-Bang, o Rolls-Royce Amarelo, uma série de protótipos da BMC e da British Leyland, Minis de linhas quadradas que nunca saíram, etc.. Trata-se de um museu muito interessante, e pouco cansativo de ver. Mas a distância a que ficava levou-me optar antes por irmos dormir a Brighton.
Como ir a Gaydon implicava uma
viagem muito longa, decidi então ir no dia seguinte visitar a Legoland, em
Windsor, perto de Londres.
E assim, terminada a visita a
Bealieu, arrancámos direitos a Windsor, tendo dormido num hotel duma área de
serviço a meio caminho de Windsor, na auto estrada M3 chamada Days Inn.
O guia Michelin mencionava uma
série de hotéis e estalagens em Windsor, mas todas estavam cheias. Pelo GPS
descobri a Days Inn, e ao telefonar para lá a saber se havia quartos vagos, a
recepcionista ao perguntar-me o meu nome percebeu que eu era portugês. Ela
também era de Lisboa, ex funcionária do banco Santander reformada, e que fora
viver para Inglaterra há 11 anos. Tivemos logo tratamento VIP…
Para lá chegar, já de noite,
fomos obrigados a uma saída e reentrada em sentido inverso na M3, e a fazer
quase 20 kms ao todo.
Chegámos, comemos um jantarinho
no Burger King anexo, e fomos dormir para digerir as minhocas dos hamburgers…
Quinta-feira, 15 de Setembro de 2011
Após o pequeno-almoço, tivemos de
rearrumar a tralha toda na bagageira, aproveitando melhor o espaço, e lá fomos
direitos ao Legoland.
A verdadeira felicidade infantil é na Legoland... |
À chegada, numa zona muito
isolada, deparámo-nos com enormes parques de estacionamento, quase todos
cheios. Fico sempre impressionado ao deparar-me com o índice de visitas a
espaços culturais ou museológicos nos países civilizados, pois têm sempre
enorme afluência de público, mesmo aos dias de semana, e em locais ermos.
Numa anterior viagem a Beaulieu
com a minha mulher, minha filha e meu enteado há dez anos atrás, nós visitámos
a Legoland, mas desta vez tive a sensação de que a Legoland entretanto
decuplicara em tamanho e quantidade de diversões, deixando de ser apenas um
parque da Lego, e tendo-se tornado num gigantesco parque de diversões, baseado
no tema “Lego” , mas não só.
Legoland é um tipo Disneylândia,
não apenas com imensas construções fantásticas em peças de Lego, com
reproduções dalgumas das mais importantes cidades do mundo em miniatura, e de
muitos monumentos famosos como a Torre Eiffel, o Capitólio, o Big Ben, Mount
Rushmore, etc., tendo principalmente todo o tipo de diversões para crianças,
para além de inúmeras lojas com todo o tipo de “merchandising”.
Tem por exemplo um show com o barco dos Piratas das Caraíbas, com actores e acrobatas vestidos de piratas a cabriolar, a fazer sketches com microfones ligados ao sistema de som, mergulhando dos mastros e das réplicas de faróis para as águas dos lagos, carrosséis, comboios fantasma, submarinos, montanha-russa, cenários do antigo Egipto, das pirâmides e dos Faraós com enormes túneis, enfim: o meu neto Guilherme queria repetir tudo, e nunca mais queria de lá sair.
Sacre Coeur construido em peças de Lego |
Combóio fantasma |
Roda gigante londrina London Eye construido em peças de Lego |
Montanha russa (soviética???) |
Saint Paul's Cathedral de Londres construida em peças de Lego |
Trafalgar Square (Nelson) construido em peças de Lego |
Tem por exemplo um show com o barco dos Piratas das Caraíbas, com actores e acrobatas vestidos de piratas a cabriolar, a fazer sketches com microfones ligados ao sistema de som, mergulhando dos mastros e das réplicas de faróis para as águas dos lagos, carrosséis, comboios fantasma, submarinos, montanha-russa, cenários do antigo Egipto, das pirâmides e dos Faraós com enormes túneis, enfim: o meu neto Guilherme queria repetir tudo, e nunca mais queria de lá sair.
Almoçámos uns hamburguers num McDonald’s
qualquer dentro de Legoland, enquanto assistíamos ao grande espectáculo
encenado dos Piratas das Caraíbas. Depois, foi o resto do dia todo na Legoland.
À hora do fecho, já depois das
cinco da tarde e após um breve descanso numa esplanada do Legoland, comprei nas
lojas um conjunto de espada, capacete, coroa, e manto de arminho ao estilo do
Rei Artur, e por fim lá partimos, dando ainda uma volta por Windsor, vendo
apenas o Castelo por fora. Já estávamos “de gatas” com um dia inteiro de
Legoland.
Um estranho aracnídeo feito em Lego |
O meu genro João Correia Simões
estudou em Brighton, no Northbrook College Sussex - Further and High Education,
em Shoreham-by-Sea, mesmo ao lado de Brighton.
Brighton para os londrinos
equivale a Cascais para os lisboetas.
Trata-se duma praia e estância de veraneio do final do século XIX, um local muito simpático e agradável, com um antigo cais de embarque (Grand Pier) transformado em local de diversões, um enorme edifício em estilo neo-árabe chamado Royal Pavillion, construído na época vitoriana. Na rua muita animação nocturna, etc. A praia não tem areia, mas sim seixos rolados.
Ficámos no Neo Hotel, tendo jantado numa área de serviço na estrada Londres-Brighton, pic-nicando uns deliciosos e quentinhos enlatados portugueses, que nos souberam maravilhosamente bem …
A praia de Brighton, ao fundo o Grand Pier com diversões |
Trata-se duma praia e estância de veraneio do final do século XIX, um local muito simpático e agradável, com um antigo cais de embarque (Grand Pier) transformado em local de diversões, um enorme edifício em estilo neo-árabe chamado Royal Pavillion, construído na época vitoriana. Na rua muita animação nocturna, etc. A praia não tem areia, mas sim seixos rolados.
Brighton: Royal Pavillion |
Brighton: a praia e o Old Pier destruido numa tempestade |
À porta do Neo Hotel em Brighton |
Ficámos no Neo Hotel, tendo jantado numa área de serviço na estrada Londres-Brighton, pic-nicando uns deliciosos e quentinhos enlatados portugueses, que nos souberam maravilhosamente bem …
Antes de ir dormir ainda fomos
tomar um copo num pub/discoteca local. Deixámos o meu neto no quarto do hotel,
e fizemos dois turnos para ficar sempre alguém com ele. O carro ficou guardado
num parque subterrâneo a cerca de 200 metros do hotel.
E o "Mercedão" lá dormiu bem acompanhado numa pensão de carros. |
Sexta-feira, 16 de Setembro de 2011
Era o grande dia da nossa chegada
a Goodwood.
Começámos por nos "mascarar", ou seja, vestir as roupas essenciais para o disfarce de "Goodbye Lenin", mas deixámos os acabamentos para a chegada a Goodwood, ou seja, os treslaios e os atavios como bonés, capacetes, emblemas, e outras macacadas
Fui buscar o carro, e após umas voltinhas por Brighton, passámos
por Shoreham-by-Sea, a caminho de Chichester, para irmos ao Woolpack Inn deixar
as malas, e vestirmo-nos apropriadamente para o “Carnaval” de Goodwood.
Começámos por nos "mascarar", ou seja, vestir as roupas essenciais para o disfarce de "Goodbye Lenin", mas deixámos os acabamentos para a chegada a Goodwood, ou seja, os treslaios e os atavios como bonés, capacetes, emblemas, e outras macacadas
Mar à vista... |
O castelo de Arundel |
Um pequeno percalço com o GPS bloqueado obrigou-me a seguir o mapa em papel da Michelin, e acabou por se revelar difícil encontrar o hotel, que ficava na Fishbourne Road, numa variante de Chichester. Mas por fim lá conseguimos chegar ao destino, após um passagem ao largo de Arundel, onde se avistava um castelo e uma catedral medievais, mas que não tivemos tempo de ir visitar.
Por fim, lá conseguimos encontrar o caminho correcto para o Woolpack Inn.
Wollpack Inn, Chichester |
Já nos tinhamos mascarado mais ou menos, logo de manhã em Brighton. Foi só descarregar o carro, e completar a "palhaçada". |
Pub |
Restaurante |
Lá dentro havia um Pub e um Restaurante.
O Guilherme fez questão de comer uma lata de atum. Recusou o bivaque da "Bufa", e preferiu o boné do Exército Português dos tempos anteriores ao "glorioso". |
O Guilherme veio fardado de Mocidade Portuguesa :(menino da "Bufa") |
Lá almoçámos à pressa uns hambúrguers cá fora na esplanada do
Woolpack Inn..
E epois seguimos logo para Goodwood, onde ainda havia uma grande
bicha para entrar.
Cá fora, o engarrafamento era de pequenos utilitários... |
Já no Classic Carpark |
Helfer der Volkspolizei |
Nós íamos devidamente ataviados de teutónicos da extinta Alemanha Democrática, envergando os treslaios apropriados.
Helfer der Volkspolizei |
O João aqui de "Grenztruppen der DDR"=Tropas Fronteiriças da RDA, sob o olhar atento dos inúmeors Rolls Royces |
Cerca de “4 hectares 4” daquela relva natural tipo grama que cresce em Inglaterra por todo o lado, e que sendo espontânea e sem tratamento, parece ser mais cuidada do que qualquer campo de golfe em Portugal…
Vista parcial do "Classic Carpark B" em Goodwood |
Para dar uma pequena ideia da dimensão, 1 hectare corresponde ao tamanho de cerca de 1 campo de futebol!
Um Alvis Speed Twenty Saloon by Charlesworth no Classic Carpark |
O Classic Carpark estava reservado apenas para os
clássicos anteriores a 1970 estava literalmente inundado de todo o tipo de
clássicos, desde os melhores Alvis, Lagonda, Bentley ou Rolls Royce dos anos 20,
30 e 40, até ao mais modesto Mini, Morris Minor, Volkswagen, carrinhas VW “pão
de forma”, Renault 4L, Citroën 2CV, carros americanos, pré e pós guerra, alguns
hot-rods, Morgan, MG, Austin-Healey, Jaguar, Riley, Rover, Volvo, Saab,
Panhard, Alfa Romeo, enfim, um nunca acabar de clássicos ao lado uns dos
outros, sem qualquer pretensão de que “o meu é melhor que o teu”… No entanto,
havia uns seguranças que orientavam o tráfego, e davam indicações para
estacionarmos em duas filas, de forma a have smepre saída para os clássicos
estacionados. Tudo na maior ordem e compustura, sem algazarras nem confusões.
Como já era de tarde, aproveitámos os lugares vagos dos que saíram na hora de almoço, e conseguimos
parar o nosso Mercedes perto da entrada para o recinto do Meeting, junto a um
barulhento “Poço da Morte” de motos que tonitroava pelos altifalantes músicas
Rockabilly dos anos 50, com um apresentador a apregoar as delícias, perigos e
emoções do espectáculo…
http://www.youtube.com/watch?v=DqNYjFgCtFw
Enquanto rolávamos pela passadeira ao longo do Park B no meio de todos os clássicos, ninguém ficava indiferente ao nosso carro e aos nossos atavios. Uns apontavam e riam, outros vinham a correr armando as máqinas fotográficas para nos conseguir fotografar, outros dirigiam-se a nós a rir, enfim, um sucesso.
http://www.youtube.com/watch?v=DqNYjFgCtFw
Enquanto rolávamos pela passadeira ao longo do Park B no meio de todos os clássicos, ninguém ficava indiferente ao nosso carro e aos nossos atavios. Uns apontavam e riam, outros vinham a correr armando as máqinas fotográficas para nos conseguir fotografar, outros dirigiam-se a nós a rir, enfim, um sucesso.
http://www.youtube.com/watch?v=9i8Uy_ZXVy0
É que ali a maior parte dos participantes vai vestida com trajes ingleses antigos, e o facto de irmos a condizer com um carro alemão do tempo da Guerra Fria e da troca de espiões no Checkpoint Charlie parodiando Berlim Oriental, a extinta DDR e vestidos de colaboracionistas de Erich Honnecker, provocava a maior hilariedade, principalmente a quem conseguia perceber o alcance de toda aquela mascarada e do carro.
É que ali a maior parte dos participantes vai vestida com trajes ingleses antigos, e o facto de irmos a condizer com um carro alemão do tempo da Guerra Fria e da troca de espiões no Checkpoint Charlie parodiando Berlim Oriental, a extinta DDR e vestidos de colaboracionistas de Erich Honnecker, provocava a maior hilariedade, principalmente a quem conseguia perceber o alcance de toda aquela mascarada e do carro.
Já em "levitação", passámos o "portal" para "O Outro Lado Do Espelho": um universo mágico e irreal, do tal Spielberg... |
Um esquadrão da 2ª Guerra mototransportado |
Motos & motos & motos... Militares, para já... |
Mods de scooter cheios de farolame e retrovisores: cromados & cromados |
Quando me referi a Mods e a "scooters com farolame", eu queria dizer MESMO "SCOOTERS COM FAROLAME" (sem contar com os espelhos) |
Mods |
A pentear-se ao espelho dos cromados, mas em vias de "irem de cana" |
Casalinho de Rockers (Teddy Boys) |
Austin Seven ambulancia, junto a uma tenda |
Carrinhas comerciais... |
Carrinha da Ferrari |
Carrinha da BMC |
Um Frogeye vai de charola... |
O mapa com os nomes das cidades |
Carros da Polícia |
Numa carrinha Alfa Romeo Giullia... |
Além dos "Mines", também havia Mary Quanticas "mine-saias". As taças também eram "Mine" taças... (Dirty-minded joke!!!...) |
Um Morgan "psicadélico",bem ao estilo do Rolls-Royce do John Lennon |
E havia tractores. |
E "carrêras"também... |
Aqui o "Helfer der Volkspolizei" (ajudante da Vopo=Polícia do Povo da RDA) a deixar-se seduzir pelo imperialimo decadente. |
Piloto da RAF a "voar baixinho"... |
Por ali encontravam-se as figuras mais desconcestantes.
Eu via passar ao pé de mim ciclistas vestindo blusões de aviador
da 2ª Guerra, boné da RAF, pedalando uma biciclete
antiga com ums asas de Spitfire... Inacreditáve!!!...
ACHTUNG!!! Aqui vigilância montada ao "Grosser Mercedes". |
Encontrei alguns amigos por lá: Fernando Taborda com um grupo de amigos, o António Morgado com outro grupo de amigos dele, e vários outros amigos meus ingleses do Alfa Romeo Montreal Register, como o Matt Bartleet com o seu Alfa Montreal branco igual ao meu, uma série de outros expositores meus conhecidos das feiras internacionais como a Techno-Classica, a Retromobile, o Classic Motor Show do NEC/Birmingham, enfim, todos peregrinos ou gurus destas nossas verdadeiras “Mecas dos Clássicos”.
Roupas "vintage", carros "vintage", motos "vintage", público "vintage", mas tudo com espírito "brand new"... |
Carros antigos e mulheres novas: a mais dispendiosa combinação... |
Eu diria que temos uma !ªentrada do mundo real para o Classic Carpark .
Depois temos uma 2ª entrada do Carpark para a zona periférica onde estão as tendas com as lojas, e muito movimento de pessoas e viaturas.
Finalmente temos uma 3ª por debaixo do túnel, para as pista, os Paddocks, as bamcadas, os aviões, e é aqui que as coisas vão ao rubro.
O túnel por debaixo da pista dava acesso à zona dos paddocks e não só: a mais de metade dos divertimentos. |
Stands de vendas |
Alguns stands tinham carrinhos e tudo |
Calcorreámos os inúmeros stands, repletos das coisas mais inacreditáveis; roupas, chapéus, malas, emblemas, porta-chaves, peças de automóveis, eu sei lá....
Havia bandas militares a desfilar e a tocar...
...e havia também bandas de Rockabilly, e Rock'n Roll, enquanto o público dançava freneticamente, não sei se com ajuda de alguns figurantes profissionais à mistura para manter as "rotações nas altas...
Tipo "Alunos de Apêlo"...
...e ainda!!! Girlsbands a cantarem Pop Music,
e...Girls bands a cantarem Andrews Sisters, ou será "Irmãs Sisters"???
À noite estávamos arrasados quando chegámos ao Woolpack Inn. Montámos a mesa de picnic no quarto, e jantámos maravilhosamente comidinha portuguesa, e mais parecíamos uma família de Turcos residente em Berlim… Só faltou um fogareiro para grelhar a kebab no quarto…
A ideia de trazer a mesa e as
cadeiras de pic-nic com o chapéu de sol, tinha sido inicialmente para as montar
no parque de Goodwood junto ao nosso carro, mas na realidade acabou por ser
utilizada apenas para jantarmos no hotel, o que surpreendentemente se veio a
revelar inesperadamente da maior utilidade.
Em Goodwood assistimos a algumas
corridas junto à pista pelo meio da multidão, pois apenas comprei bilhetes de
bancada para domingo, na Woodcote Grandstand. Os bilhetes são caríssimos, e
optei por comprar só para domingo, quando estivéssemos já cansados, e fartos de
ver todos os stands, e todo o “folclore” local.
Sábado, 16 de Setmebro de 2011
De manhã saímos pelas dez da
manhã para Goodwood, e logo a cerca de dois ou três kms antes de lá chegar,
começamos a integrar longas bichas de clássicos de todo o tipo, adiante e atrás
de nós. É logo a sensação de “estarmos no
paraíso dos clássicos”…
Flying the Flag: convenhamos que umtanto ambíguo: mas reconheço possuir verdadeiro o dom da "ambiguidade". |
Tam O Shanter |
Ao sairmos já pelas seis e meia
da tarde, seguíamos lentamente em bicha atrás de um glorioso Blower Bentley de
1926, com um Mercedes 170 Cabrio pré-guerra atrás de nós, e na estreita estrada
de acesso, ladeada por uma sebe que delimitava um enorme relvado, estava um
enorme grupo de jovens e adultos, divertindo-se a aclamar os clássicos que
passavam. Conforme o volume e a exubrância dos aplausos, assim atribuíam uma
classificação aos clássicos que iam passando, exibindo uns cartazes com
números, como se faz nos concursos de dança, patinagem artística, ou de
mergulho de prancha. O nosso Mercedes “Rabo
de Peixe” mascarado de “GOODBYE LENIN”, connosco todos lá dentro vestidos
de alemães de Berlim Oriental, mais a minha filha de “Walkyria” envergando um
aguerrido capacete prussiano de bico de lança e tudo, recebendo nós uma estrondosa
e ululante ovação, tendo-nos sido atribuída a pontuação 10, ou seja a máxima. O
majestoso Bentley que nos precedeu, teve de se contentar apenas com 8 pontos…
Depois de jantar fui fumar uma
cigarrilha para a rua (o sítio dos drogados tabagistas), e ao entrar no
pub/restaurante do hotel, um simpático casal inglês, ligeiramente mais velhos
do que eu, abordou-me, encantado com o nosso espírito aventureiro, e tivemos
uma enorme conversa. Falámos sobre as nossas indumentárias, a nossa viagem, a
música dos anos 60 e o Rádio Caroline e o Rádio Louxembourg que eu ouvia em
Portugal na minha adolescência num Halicraft (rádio receptor de bordo) ao cair da noite, etc..
Ela estava a trabalhar num dos muitos restaurantes montados numa enorme tenda em Goodwood, o Spitfire Café, insistindo que fossemos ter com ela no dia seguinte.
Ela estava a trabalhar num dos muitos restaurantes montados numa enorme tenda em Goodwood, o Spitfire Café, insistindo que fossemos ter com ela no dia seguinte.
Domingo, 17 de Setembro de 2011
O meu neto Guilherme, disfarçado de Major Alvega |
Após o pequeno-almoço à inglesa no hotel, saímos logo de manhã para Goodwood, mas o tempo estava pior, ameaçando chuva.
O stand da SC Parts |
O Major Alvega pensava apanhar aqui "Um Táxi Para Tobruk" |
Tropecei no Mercedes Fórmula 1 carenado igualzinho àquele onde me fotografaram |
Eu no Museu Mercedes em 1964 |
Quando fui buscar o Guilherme para tirar uma fotografia igual à minha, já o Mecedes carenado tinha entrado em pista.
|
O Engº Júlio Albuquerque |
Apenas encontrei o Mercedes do Stirling Moss, visualmente muito parecido
Stirling Moss foi o herói da minha infância.
O Mercedes vencedor das Mille Miglia em 1955, foi pilotado por Stirling Moss , com a hora de partida 7:22, ostentava o número 722. Atingiu por vezes velocidades superiores aos 300 KPH (190 MPH), segundo nos conta o próprio Stirling Moss, explicando que foi a prova mais assustadora em que participou.
http://www.youtube.com/watch?v=ft3VOC
Num dos stands vendia-se o livro autobiográfico
“Stirling Moss Scrapbook 1956-60”. Stirling Moss “in person” autografava os livros à
medida que eram vendidos, e eu tive oportunidade não só de obter um exemplar
com u dedicatória ( o último em stock ), e de conversar um pouco com ele, pois ele conheceu o Júlio Albuquerque dos tempos em que este viveu em Londres nos anos 50 e 60.
Stirling Moss disse ainda conhecer muito bem Portugal, assim como gostar muito do nosso país.Depois, não resisti a tirei uma fotografia a apertar a mão a Stirling Moss... Todos temos as nossas fraquezas inconfessáveis.
O célebre Mercedes 722 |
Stirling Moss em 1955 venceu as MilleMiglia ao volante deste Mercedes 300 SLR |
Um "desconhecido", que dava pelo "estranho" nome de Stirling (?) Moss, "pediu" para me cumprimentar... |
E eu fiquei descansado, porque Sir Stirling Moss ficou muito bem guardado. |
Mais aviões que se exibiam por lá... |
O ponto alto de Goodwood Revival
é a RAC Club TT Celebration Race, onde
podemos ver clássicos fabulosos de 1960 a 1964 a competir a sério durante uma hora ,
Ferrari 250 GTO, GT SWB e 330 LMB, Aston Martin DB4 GT, Zagato, “Project Car”
(protótipo de fábrica), AC, Cobra, Shelby Daytona, enfim, aquele tipo de
clássicos que podemos ver nas revistas, ou comprar em miniatura.
Depois de almoço fomos ao
“paddock” à procura do José Manuel Albuquerque, que mais uma vez participava
com o seu Ferrari SWB (Short Wheel Base). Na véspera tinha competido com o seu
Maserati. Com ele estava o seu mecânico Simon Blake, dono da Red Lion Garage em Thursley. Nós
circulávamos no meio de todas estas celebridades, com a maior naturalidade À
boa maneira portuguesa, conseguimos “entrar à crava”, para o paddock; primeiro
apenas eu, mas logo de seguida toda a minha família entrou, sem eu me ter dado
conta, perante a “vista grossa” dos porteiros e dos seguranças.
O meu neto Guilherme, junto ao carro do Zé Manel Albuquerque no Paddock. |
Em 2010, a pedido de José
Manuel Albuquerque em Goodwood, Simon Blake tinha-me feito o especialíssimo
favor de me desempanar o meu Bristol 403 que conseguiu chegar a Goodwood com a
embraiagem a patinar perigosamente.
Nesse ano eu tinha ido participar
no Bristols-to-Bristol Run, a comemoração do centenário da marca Bistol
Aeroplane Company, celebrada pelo Bristols Owners Club em Bristol e na base
aérea de Filton. Vieram carros de toda a Europa. Como o evento era só sexta e
sábado, o BOC ofereceu aos participantes bilhetes para um parque privativo só
de Bristols em Goodwood no Revival.
http://bristols-to-bristol.worldcook.net/
Claro que eu não perdi a oportunidade de lá ir. Só que o meu Bristol tinha começado com a embraiagem a patinar perigosamente.
http://bristols-to-bristol.worldcook.net/
Claro que eu não perdi a oportunidade de lá ir. Só que o meu Bristol tinha começado com a embraiagem a patinar perigosamente.
O Zé Manel e eu, momentos antes de ele entra em pista no seu Ferrari SWB. |
Graças à intervenção amiga do Zé Manel Albuquerque, Simon Blake após um fim de semana inteiro sem dormir dando assistência ao Zé Manel no seu Ferrari e Maserati, no dia seguinte, segunda-feira, foi-me obter o material necessário, tirou-me o motor fora, e substituiu-me o disco e o prato de embraiagem, que estavam completamente arrasados. Isto permitiu-me um regresso atempado no ferry de terça-feira de manhã, tendo eu as viagens antecipadamente pagas, hotéis, etc.
Por sorte a Red Lion Garage de
Simos Blake fica em Thursley, na Old Portsmouth Road, e o Ferry partia de
Portsmouth, apenas a cerca de 50 kms, que eu fiz já de noite, em filas
intermináveis de transito no para-arranca, com a embraiagem a patinar por todos
os lados.
Esta Playboy Bunny não resistiu ao meu charme, e implorou ser fotografada comigo... |
A partida da RAC TT Race. |
O Zé Manel apontou para meio da classicficação. |
A chuva complicou, mas Zé Manel dominou bem o carro |
O Zé Manel efectuou um belíssima
prova, sem grandes sobressaltos, dominando bem o carro, mesmo em slide, tendo ficado
classificado a meio da tabela. Devido à chuvada copiosa durante a prova,
assistimos a muitos tétes, saídas de pista, mas felizmente sem colisões. Como diriam
os ingleses: “it was raining cats and dogs”… A corrida foi suspensa à 19ª volta, devido à chuva excessiva.
É tão bom ser pequenino, e ter quem goste de nós... |
As "Bunnies" e os outros "Aviões" ficaram para trás...
Enregelados, ensopados, exaustos, mas satisfeitos, batemos a flagrante retirada antes do encerramento das festividades.
Crown and Anchor |
Partimos do hotel noite cerrada,
seguimos o GPS que nos levou lá direitinho. Uma vez lá chegados às 20:45, vimos
entre vários clássicos estacionados um glorioso Alvis Speed Twenty igual ao
meu, pois aquilo também é hotel, e muito típico e acolhedor.
O interior do Crown and Anchor |
Lá voltamos para o “Grosser
Mercedes”, de Guia Michelin na mão, após várias tentativas goradas, todos os
restaurantes estavam fechados, pois era domingo à noite em Inglaterra.
O restaurante francês Café Rouge |
Curiosamente, um dos quadros decorativos na parede do Café Rouge era aquele poster dos anos 30, do Porto Ramos Pinto.
Ao lado da nossa mesa havia um
pequeno elevador na parede que levava e trazia os pratos da cozinha para cima e
para baixo, e que ao chegar avisava com um toque duma campainha tipo besouro. O
meu neto, exausto, adormecera. Mas sempre que o elevador chegava com algum
pedido, tocava o besouro, e ele acordava, dando um pinote. Criança sofre…
Por fim, regressámos ao hotel, e
fomos dormir. Era uma noite de lua cheia, mas a ninguém cresceram pelos, nem se
transformou em lobisomem.
Segunda-feira, 18 de Setembro de 2011
Após mais um opíparo “English
Breakfast”, fizemos as malas, guardámos os “treslaios teutónicos” numa mala
separada, os chapéus todos na chapeleira atrás à vista dos transeuntes, e
partimos em direcção a Londres.
Estávamos todos francamente
cansados, e a hipótese de uma visita a Gaydon ao Bristish Motor Heritage Centre
acabou por ser definitivamente posta de parte.
Rumámos
a Londres, mais concretamente à City of Westminster.
Uma vez que o meu neto estava
sempre a falar e a fazer perguntas sobre o Big Ben, acabei por decidir passar a
noite de segunda para terça em Central London, com visitas a tudo o que é para
turista ver. Sim, porque o que era “para inglês ver” já nós víramos…
Voltámos a tomar a auto-estrada M3,
entrámos na M25, a London Orbital, e saímos em direcção à ponte de Hammersmith,
com destino a uma zona que ficasse o mais próximo possível do centro, sem
portagens a pagar, e com parque seguro para o carro, que estava cheio de
bagagem.
Para minha enorme surpresa,
verifiquei que agora em Londres é prática corrente apitar a buzina insistentemente
por tudo e por nada, reclamando com os outros. Fiquei surpreendidíssimo, pois
nas minhas visitas a Londres anteriores nunca vira nada assim. Também achei
Londres mais sujo, com lixo, papéis e garrafas de plástico vazias pelo chão.
(Oh dear, by Jove, I’d say)
Direitos a Kensington, procurei o
Olympia Park. O chassis do meu Alvis Speed Twenty fora o chassis de exposição
em Setembro de 1933 no Olympia Motor Show, antes de o modelo começar a ser
produzido em 1934. Obviamente, eu queria conhecer a “sala de partos” onde o meu
Alvis vira pela primeira vez a luz do dia, ainda que debaixo do denso “smog”
londrino da época… Nada feito, pois havia algum certame do Olympia Palace, e
todos os parques à volta estavam lotados.
Lá fomos, com as buzinadelas dos
londrinos musicar as nossas deambulações...
De súbito, a minha filha
exclamou: “Olhe, pai!!! Bristol Cars!!!” E eu,
TRAVÕES A FUNDO!!! Estávamos nada mais nem nada menos do que à porta do
stand de vendas da Bristol Cars em Londres. Fui logo lá, mas apenas Toby Silverton
lá estava.
Eu conhecera Toby Silverton no ano anterior am Bristol, na Filton Airbase, onde ele participou numa filmagem onde o meu Bristol também aparece.
Muito simpático, recebeu-me entusiasticamente, pois apenas nos conhecíamos por telefone. Veio ver o “Grosser Mercedes Krautcar”, e delirou de tal maneira com a decoração do carro, que foi chamar todos os colegas dos escritórios e das oficinas para virem ver aquele “lovely decorated car”.
Bristol Owners Club Concours d'Elegance-Filton Airbase 2010:
http://www.youtube.com/watch?v=-S6ysIvgbXM
Depois de nos rirmos um pouco sobre a falta de sentido de humor da maior parte dos alemães, partimos à procura dum parque de estacionamento seguro. Acabei por encontrar um parque público seguro junto ao Hilton Kensington, na Holland Road.
Toby Silverton e eu à porta da Bristol em londres |
Muito simpático, recebeu-me entusiasticamente, pois apenas nos conhecíamos por telefone. Veio ver o “Grosser Mercedes Krautcar”, e delirou de tal maneira com a decoração do carro, que foi chamar todos os colegas dos escritórios e das oficinas para virem ver aquele “lovely decorated car”.
Bristol Owners Club Concours d'Elegance-Filton Airbase 2010:
http://www.youtube.com/watch?v=-S6ysIvgbXM
Depois de nos rirmos um pouco sobre a falta de sentido de humor da maior parte dos alemães, partimos à procura dum parque de estacionamento seguro. Acabei por encontrar um parque público seguro junto ao Hilton Kensington, na Holland Road.
Apanhámos um táxi para o Big Ben,
e almoçámos já tarde num restaurante semi oriental, semi pronto a comer junto
ao Tamisa.
Depois de almoço fomos num dos barcos do Tamisa à Torre de Londres, mas chegámos pelas 17:00 horas, ou seja, à hora de fechar.
Vimos a London Tower apenas por fora, a London Bridge ao lado.
Depois, apanhámos um autocarro já de noite para o parque onde ficara o nosso carrinho.
O "Moecêgo" dormiu na boa companhia d um Alfa Duetto |
Ao descarregar o carro, e fazer o
check-in, levámos uma multa de estacionamento de £130,00, pois não pagámos o
parquímetro durante 4 minutos, segundo o talão da multa Penalty Charge Notice
(PCN)…
Fomos já pelas 22:00 horas de
carro à procura dum sítio para jantar, tendo encontrado uma
pizzeria/hamburgaria em
Holland Road, que era duns iraquianos que intitulavam persas,
que sempre é mais prestigiante. Eles eram muito simpáticos, e nós comemos bem.
Parei o carro à vista, não fosse
levar mais uma multazinha dos Bobys de Hammersmith & Fulham London Borough,
ao serviço de Her Majesty the Queen…
Depois, fui guardar o carrinho
num parque seguro, próximo da Jim’s Guesthouse. No parque foi a maior confusão
com os tickets, e as máquinas sempre encravadas e avariadas. Tive de chamar
sempre o segurança. Dava vontade de dizer que “só em Portugal”. Afinal, aqui
eles não são melhores que nós.
Terça-feira, 19 de Setembro de 2011
No dia seguinte fui buscar o
carro, voltámos a carregá-lo e eu fui guardá-lo no mesmo parque, pois só
voltaríamos a ir buscá-lo ao fim do dia, para irmos dormir a Portsmouth.
De caminho fui comprar um adaptador-emissor de ipod de ligar ao isqueiro a um centro comercial em Shepherds Bush.
De caminho fui comprar um adaptador-emissor de ipod de ligar ao isqueiro a um centro comercial em Shepherds Bush.
Tomámos um táxi para Central
London, City of Westminster. Mas o transito era tanto devido às obras em Vauxhall Bridge,
que tivemos de sair do táxi e prosseguir a pá.
De novo junto à Abadia de
Westminster, levámos o meu neto que insistia desde a véspera em visitar uma
casa de esqueletos do tipo comboio fantasma aterrorizador. À entrada teve tanto
medo, que já não quis ir. Acabámos por tomar o metro, com bilhetes para o dia
todo, e fomos para Oxford Street.
Não descansei enquanto não consegui arranjar um par das tais boinas escocesas "Tam O Shanter".
Não descansei enquanto não consegui arranjar um par das tais boinas escocesas "Tam O Shanter".
A minha mulher e eu mais tarde demos bom uso aos "Tam O Shanter". Aqui em 2012 no Jaguar a embarcar no ferry para Tróia. |
Calcorreámos Oxford Street e
Regent Street, metendo o nariz em tudo o que eram lojas de roupas e de
inutilidades, “juntando o útil ao fútil”.
Numa montra em Regent's Street |
Pormenos da "monstra"... |
Comemos qualquer coisa numas
lojas de comida dali.
Numa montra dum casa de artigos de desporto em Regents Street, estava uma camisola do Benfica...
Numa montra dum casa de artigos de desporto em Regents Street, estava uma camisola do Benfica...
Lá arranjei umas bugigangas para
o meu neto, e outras para nós, tudo inutilidades que nos pesaram nas bagagens já
repletas.
Arrasados, voltámos ao parque de
metro.
Encaixámos as tralhas nos exíguos
espacinhos entre as malas no porta-bagagem, e fomos direitos a Portsmouth, não
sem mais uma cegada com um ticket deixado por alguém entalado na máquina à
saída. Novamente o segurança, e a máquina aberta com a chave, para levantar a
cancela.
Pelo caminho, ao ver o desvio
para Thursley, recordei aquando a minha entrega do Bristol um ano antes ao
Simon Blake. Consegui levar-lhe o Bristol à garagem, guiando sem utilizar nunca
a embraiagem.
Isto graças à minha antiga prática de ter aprendido a guiar num
Volkswagen de caixa não sincronizada. Lembro-me que nessa altura fui dormir a
um sítio perto de Thursley, no meio da floresta, e que dá pelo estranho nome de
“Devil Punch Bowl”. Would you believe?
Um ano antes, a entregar o Bristol em Thursley, à porta da Red Lion's Garage. |
Pelo caminho começou a chover
cada vez mais, e à chegada a Portsmouth chovia torrencialemte. O “Mercedão”
sempre impecável, com o ângulo de camber aberto, sempre negativo, parecia um
avião a querer descolar. Os limpa para-brisas trabalharam sempre na perfeição,
e até parecia tratar-se dum carro novo.
O Hilton de Portsmouth é uma
decepção. Não se pode dizer que seja mau, mas não tem o nível os outros Hilton,
pois não se trata dum hotel luxuoso.
Só tem rés do chão e primeiro andar, e nem elevador tem. O pessoal no entanto é muito simpático.
A porta do Hilton em Portsmouth.. |
Só tem rés do chão e primeiro andar, e nem elevador tem. O pessoal no entanto é muito simpático.
Quarta-feira, 20 de Setembro de 2011
Após mais um lauto pequeno-almoço
à inglesa, voltámos aos quartos afim de arrumar as malas, e calmamente
dirigimo-nos para o cais de embarque, a cerca de 6 kms. do Hilton Portsmouth.
Tínhamos de lá estar pelas 11:15, pois o ferry zarpava às 12:00.
Lentamente, fomos avançando,
enquanto as filas de carros iam engrossando.
Alguns clássicos aqui e ali: um
Triumph TR3 de matrícula inglesa, e de súbito um enorme grupo de Ferraris
ingleses de todas as cores, juntamente com uma série de TVR’s, mais uns Lótus.
Era com certeza um grupo que viajava em conjunto “towards the continent”.
Vimos depois este Ferrari amarelo mandado parar pela polícia espanhola na auto-estrada. |
Juntamente com os Ferraris iam alguns TVR. |
Novamente a bordo do ferry, o
“Grosser Mercedes” ficou arrumado no meio dos camions TIR e dos contentores, e
nós fomos para a cabine.
O Morcego entalado no meio de camions no ferry. |
Por fim, constatámos que Fernando e Jenniffer Nogueira,
nossos companheiros de outras viagens nestes ferries, não apareceram. Num email
posterior que trocámos mais tarde, informaram que o Jeep deles avariou o
alternador em Londres, atrasando-lhes a viagem para Portugal. Enfim, carros
“velhos”…
Quinta-feira, 21 de Setembro de 2011
Pela hora de almoço atracámos em Santander. Fomos
arranjar mais umas bisnagas de leite condensado para o meu neto, que adora,
pois não se conseguem arranjar em Portugal.
O dia estava cinzento, com uns
pequenos borrifos de chuva. Após atestar de gasolina, arrancámos para os cerca
de 700 kms até Encourados, entre Braga e Barcelos, mais uns mais de 30 ou 40 para
eu ir dormir ao Porto na casa da minha irmã.
Almoçámos numa área de serviço da
auto-estrada, e um casal de ingleses já duma certa idade, torciam-se
literalmente a rir da caracterização do nosso carro, não se aguentando em pé. Pediram para tirar
imensas fotografias, e não paravam de rir. Disseram que um dos filhos tinha
estado a trabalhar no Goodwood Revival, e que tinha sido o responsável por todo
o sistema de segurança dos cartões de crédito. Fizeram imenso espanto com a
nossa ousadia, tal como o fizeram vários outros ingleses com que falámos
noutras alturas.
Mais adiante, numa das saídas da auto-estrada,
um carro da polícia de transito espanhola mandara parar um Ferrari amarelo que viajara connosco no
ferry, não sei se por excesso de velocidade, ou se por qualquer outro motivo.
Com mais uma paragem ao fim da
tarde noutra área de serviço ainda em Espanha, curiosamente a mesma onde
tínhamos parado dias antes à saída de Portugal, acabámos por chegar a
Encourados à Quinta do Carvalhinho já de noite. O nome Encourados vem do tempo
em que os cavaleiros medievais se protegiam com couraças feitas precisamente de
couro.
À chagada foi só o tempo de
descarregar a bagagem, escolhendo tudo à pressa, ficando algumas coisas ficaram
esquecidas na mala do carro.
Feitas as despedidas, todos
estávamos cansados e satisfeitos.
Depois segui sozinho para ir
dormir ao Porto, já com o carro mais aliviado.
Com o carro cheio, rolei sempre
em velocidades entre os 90 e os 110 kms/h, mas uma vez mais leve, fui sempre
para cima dos 120 kms/h.
Sexta-feira, 22 de Novembro
Levantei-me pelas 08:00, para ir
ao David Barbosa buscar uns adaptadores para o ipod ligar aos rádios dos
clássicos.
Pelas 10:30 estava de partida
para Lisboa, só parando para meter gasolina, indo direitinho ao Clube de Tiro
de Monsanto, onde os meus amigos estavam todos a almoçar.
Rolei sempre para cima dos 130
kms/h, dando por mim às vezes já nuns excessivos 150 kms/h.
Cheguei ao Clube de Tiro de
Monsanto, como se tivesse acabado de sair de Lisboa.
O carro todo conspurcado de
mosquitos e insectos de sotaque inglês e espanhol.
Lá estavam os meus amigos dos
clássicos, incluindo o Zé Manel Albuquerque que viera entretanto de avião na
quarta-feira, e deliciei-me a relatar as delícias desta viagem.
Parece que o meu neto Guilherme
volta e meia chora com saudades da viagem. Como eu o compreendo, pois eu também
“choro por mais”…
Lisboa, 4 de Outubro de 2011
Anexo 1
Passo a
transcrever da lista de inscritos, os nomes e “palmarés” de alguns pilotos
participantes nesta prova:
Rauno Aaltonen Monte Carlo and RAC
Rally winner, and European Rally Champion
Keith Amor Isle of Man TT star
Les Archer 1956 European 500 Motocross champion
Richard Attwood 1970 Le Mans winner and works BRM, Cooper and Lotus F1 driver
Michael Bartels 2010 FIA GT1 Champion
Derek Bell Five-time Le Mans winner, F1 driver & all round endurance legend
Gerhard Berger 10 time Grand Prix winner and former F1 team owner
Dave Bickers Seven times British 250 and twice European 250 Motocross champion
Stig Blomqvist 1984 World Rally Champion
Kenny Brack 1998 IRL Champion and 1999 Indy 500 winner
Steve Brogan Former British Superstock 1000 Champion
Tony Brooks Unsung hero of the late-50s racing scene, winner of six grands prix
Martin Brundle Former F1 star, Le Mans winner and now the voice of BBC's F1 coverage
Alan Cathcart Respected Motorcycle Journalist and racer
Ron Chandler Former Motorcycle Grand Prix racer
Eddie Cheever Former Grand Prix star and Indianapolis winner
John Cleland Touring car star, twice BTCC champion
Dave Curtis 1958 British 500 motocross champion
Cameron Donald Two time Isle of Man TT winner & road racing star
Tony Dron Former works Triumph BTCC driver, Le Mans competitor and journalist
Iain Duffus Well known road racing star
Sean Emmett British Superbike race winner & Motorcycle GP & World Superbike racer
Marino Franchitti Sportscar star and current Highcroft Racing ALMS driver
David Franklin Multiple British Hillclimb champion
Chris Goodwin Regular sportscar, touring car and McLaren chief test driver
Stuart Graham The only post-war winner of TTs on two & four wheels
Mick Grant Seven time Isle of Man TT winner
Mark Hales Renowned writer and national champion
James Haydon Former Grand Prix, World and British Superbike rider
Derek Hill Former F3000 star and son of 1961 World Champion Phil Hill
Christian Horner Former racing driver and now Red Bull Racing Team Principal
Claudia Hürtgen Successful GT and saloon car driver
Tony Jardine Former F1 team insider and now TV pundit and commentator
Tom Kristensen Eight-time Le Mans winner and DTM star
Arthur Lampkin 1959 British 500 and 1961 British 250 motocross champion
Alan Mann Legendary team owner
Nick Mason Pink Floyd drummer and renowned classic car enthusiast and racer
Jochen Mass Former Grand Prix star, Le Mans winner and touring car driver
Jeremy McWilliams Former MotoGP rider, and 250cc Grand Prix winner
Arturo Merzario Former Ferrari F1 star, and two-time Targa Florio winner
Nicolas Minassian Works Peugeot driver
Chaz Mortimer Multiple Motorcycle Grand Prix and Isle of Man TT winner
Bernard Murray Ulster Grand Prix winner
Trevor Nation Multiple TT and Superbike winner
Tiff Needell Former Grand Prix driver and Le Mans podium finisher
Michael Neeves MCN Journalist and respected club racer in his own right
Adrian Newey F1 design genius & Red Bull Racing Chief Technical Officer
Jackie Oliver 1969 Le Mans winner, Lotus F1 driver, and former Arrows team owner
Emanuele Pirro Former F1 driver and five-time Le Mans winner
Andrew Pitt Double World Supersport Champion and World Superbike race winner
Alec Poole Touring car star, winner of the BTCC in a Mini Cooper S in 1968
Andy Priaulx Triple WTCC Champion, ETCC champion & BMW DTM driver for 2012
Paul Radisich Twice Touring Car World Cup champion and BTCC race winner
Brian Redman F1 driver, Targa Florio winner and twice Sebring 12 Hours winner
Anthony Reid Stalwart of the BTCC and former Le Mans driver
Derek Rickman Motocross star who, with his brother Don, set up Metisse motorcycles
Don Rickman Motocross star who, with his brother Derek, set up Metisse motorcycles
Michael Rutter Motorcycle Grand Prix, World & British Superbike star
Vern Schuppan 1983 Le Mans winner, and former Formula 1 and Indy driver
Ian Simpson Three-time Isle of Man TT winner
Paul Smart Former Grand Prix rider and brother-in-law of the great Barry Sheene
Scott Smart British Superbike racer, son of Paul, nephew of the great Barry Sheene
Jeff Smith Ten times British 500 motocross champion
Jackie Stewart 3 time F1 World Champion who kickstarted his career at Goodwood
Darren Turner BTCC star and Le Mans class winner in an Aston Martin DBR9
Andy Wallace 1988 Le Mans winner with Jaguar
Patrick Watts Multiple tin-top champion, and former BTCC driver
Barrie Williams Popular veteran of the racing scene
Charlie Williams Eight-time Isle of Man TT winner
Desire Wilson The only female driver ever to win an F1 race
Stan Woods Former works Suzuki Grand Prix rider
Celebrities in attendance
Win Percy Three-time BTCC Champion and 1990 Bathurst 1000 winner
Stirling Moss Arguably Britain's most successful racing star and all-round hero
John Surtees The only person to win Motorcycle and F1 World Championships
Maria Teresdae Filippis The first female driver to compete in the F1 world championship
Keith Amor Isle of Man TT star
Les Archer 1956 European 500 Motocross champion
Richard Attwood 1970 Le Mans winner and works BRM, Cooper and Lotus F1 driver
Michael Bartels 2010 FIA GT1 Champion
Derek Bell Five-time Le Mans winner, F1 driver & all round endurance legend
Gerhard Berger 10 time Grand Prix winner and former F1 team owner
Dave Bickers Seven times British 250 and twice European 250 Motocross champion
Stig Blomqvist 1984 World Rally Champion
Kenny Brack 1998 IRL Champion and 1999 Indy 500 winner
Steve Brogan Former British Superstock 1000 Champion
Tony Brooks Unsung hero of the late-50s racing scene, winner of six grands prix
Martin Brundle Former F1 star, Le Mans winner and now the voice of BBC's F1 coverage
Alan Cathcart Respected Motorcycle Journalist and racer
Ron Chandler Former Motorcycle Grand Prix racer
Eddie Cheever Former Grand Prix star and Indianapolis winner
John Cleland Touring car star, twice BTCC champion
Dave Curtis 1958 British 500 motocross champion
Cameron Donald Two time Isle of Man TT winner & road racing star
Tony Dron Former works Triumph BTCC driver, Le Mans competitor and journalist
Iain Duffus Well known road racing star
Sean Emmett British Superbike race winner & Motorcycle GP & World Superbike racer
Marino Franchitti Sportscar star and current Highcroft Racing ALMS driver
David Franklin Multiple British Hillclimb champion
Chris Goodwin Regular sportscar, touring car and McLaren chief test driver
Stuart Graham The only post-war winner of TTs on two & four wheels
Mick Grant Seven time Isle of Man TT winner
Mark Hales Renowned writer and national champion
James Haydon Former Grand Prix, World and British Superbike rider
Derek Hill Former F3000 star and son of 1961 World Champion Phil Hill
Christian Horner Former racing driver and now Red Bull Racing Team Principal
Claudia Hürtgen Successful GT and saloon car driver
Tony Jardine Former F1 team insider and now TV pundit and commentator
Tom Kristensen Eight-time Le Mans winner and DTM star
Arthur Lampkin 1959 British 500 and 1961 British 250 motocross champion
Alan Mann Legendary team owner
Nick Mason Pink Floyd drummer and renowned classic car enthusiast and racer
Jochen Mass Former Grand Prix star, Le Mans winner and touring car driver
Jeremy McWilliams Former MotoGP rider, and 250cc Grand Prix winner
Arturo Merzario Former Ferrari F1 star, and two-time Targa Florio winner
Nicolas Minassian Works Peugeot driver
Chaz Mortimer Multiple Motorcycle Grand Prix and Isle of Man TT winner
Bernard Murray Ulster Grand Prix winner
Trevor Nation Multiple TT and Superbike winner
Tiff Needell Former Grand Prix driver and Le Mans podium finisher
Michael Neeves MCN Journalist and respected club racer in his own right
Adrian Newey F1 design genius & Red Bull Racing Chief Technical Officer
Jackie Oliver 1969 Le Mans winner, Lotus F1 driver, and former Arrows team owner
Emanuele Pirro Former F1 driver and five-time Le Mans winner
Andrew Pitt Double World Supersport Champion and World Superbike race winner
Alec Poole Touring car star, winner of the BTCC in a Mini Cooper S in 1968
Andy Priaulx Triple WTCC Champion, ETCC champion & BMW DTM driver for 2012
Paul Radisich Twice Touring Car World Cup champion and BTCC race winner
Brian Redman F1 driver, Targa Florio winner and twice Sebring 12 Hours winner
Anthony Reid Stalwart of the BTCC and former Le Mans driver
Derek Rickman Motocross star who, with his brother Don, set up Metisse motorcycles
Don Rickman Motocross star who, with his brother Derek, set up Metisse motorcycles
Michael Rutter Motorcycle Grand Prix, World & British Superbike star
Vern Schuppan 1983 Le Mans winner, and former Formula 1 and Indy driver
Ian Simpson Three-time Isle of Man TT winner
Paul Smart Former Grand Prix rider and brother-in-law of the great Barry Sheene
Scott Smart British Superbike racer, son of Paul, nephew of the great Barry Sheene
Jeff Smith Ten times British 500 motocross champion
Jackie Stewart 3 time F1 World Champion who kickstarted his career at Goodwood
Darren Turner BTCC star and Le Mans class winner in an Aston Martin DBR9
Andy Wallace 1988 Le Mans winner with Jaguar
Patrick Watts Multiple tin-top champion, and former BTCC driver
Barrie Williams Popular veteran of the racing scene
Charlie Williams Eight-time Isle of Man TT winner
Desire Wilson The only female driver ever to win an F1 race
Stan Woods Former works Suzuki Grand Prix rider
Celebrities in attendance
Win Percy Three-time BTCC Champion and 1990 Bathurst 1000 winner
Stirling Moss Arguably Britain's most successful racing star and all-round hero
John Surtees The only person to win Motorcycle and F1 World Championships
Maria Teresdae Filippis The first female driver to compete in the F1 world championship
Links para videoclips
Bristols to Bristol Run 2010- acesso ao site (estático):
http://bristols-to-bristol.worldcook.net/
Bristol Owners Club Concours d'Elegance-Filton Airbase 2010 (2':47")
http://www.youtube.com/watch?v=-S6ysIvgbXM
A nossa entrada no parque de estacionamento do Goodwood Reival Meeting 2011 (2':16")
http://www.youtube.com/watch?v=9i8Uy_ZXVy0
Nós no Classic Carpark, a saírmos do carro ao entrar para Goodwood 2011. (0':44")
http://www.youtube.com/watch?v=DqNYjFgCtFw
Goodwood Revival 2011 - All the fun of the fair (1':04")
Goodwood 2011 Highlights (4':14")
http://www.goodwood.co.uk/revival/photos-audio-videos/videos/goodwood-revival-highlights-2011.aspx
2011 Goodwood Revival. Reportagem dum particular(14':18")
Goodwood Revival 2011 vários aspectos (4':52")
Goodwood Revival 2011 RAC TT Celebration-a prova relatada por um comentador (14':10")
Goodwood Trophy Race Goodwood Revival 2011-Monolugares anos 30/40 (2':24")
Goodwood Revival 2010-Competição saloons anos 50 violenta relato de comentador (46:17")
http://www.youtube.com/watch?v=7SIkO5pA0KM
Goodwood Revival 2011 Best Bits - Cars & Stars: Inclui engarrafamento da entrada (15':00")
http://www.youtube.com/watch?v=higJ9vunTOs
(11':04")
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=kx4hiy7uGzY
Goodwood 2011 TT RAC - Paddock e boxes (9':51")
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=1ZCnmo0qxHM
Goodwood 2011 slideshow: (12':52")
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=QSxrL0nSn5A
Goodwood 2011: rápida amostragem (1'55")
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=vHTMM-y1j3A
Goodwood 2011 em avião (14':27")
Goodwood 2011 RAC TT slideshow (8':49")
Goodwood 2011 highlights - A magical
step in time (4':18")
Goodwood 2011-Reportagem dum alemão (8':40")
http://www.youtube.com/watch?v=aV1JXJUdI0I
(5':40")
http://www.youtube.com/watch?v=glSGmEUILwU
http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=mpFjGrNxPkA
http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=0c1kVxQJBYw
Sir Stirling Moss- O Mercedes nas Mille Miglia 1955 (2':08")
http://www.youtube.com/watch?v=ft3VOCJnppg